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Esta pesquisa demonstra que o preço médio do barril de petróleo bruto WTI (West Texas Internediate), o movimento de tráfego aéreo do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos (Guarulhos), o PIB e o IBOVESPA influenciam no comportamento da demanda de tráfego na Terminal São Paulo (TMA-SP). O modelo proposto pode representar uma fonte de orientação para os tomadores de decisão no que concerne à avaliação da demanda, contribuindo para um planejamento mais abrangente de ações públicas e privadas em benefício do setor de transporte aéreo brasileiro. Este trabalho propõe uma análise em torno do comportamento da demanda de tráfego no espaço aéreo brasileiro, por meio de uma investigação de fatores que possam influenciar na demanda, os quais chamamos de variáveis independentes. Para tanto, são avaliados os recentes cenários econômicos, mundial e nacional, e definidas as variáveis macro e microeconômicas para formação de um modelo econométrico de regressão linear múltipla para representar a demanda. Além de uma análise conceitual, utiliza-se uma metodologia simples de previsão de demanda, baseada em um conjunto de técnicas estatísticas clássicas para determinação das principais variáveis influentes na demanda, dentre as selecionadas na análise dos cenários econômicos.

A aquisição de um sistema complexo de defesa envolve uma série de etapas que compreendem desde as ações de avaliação das necessidades de emprego até o encerramento e descarte do produto, após o término do seu ciclo de vida. Quando esse processo de aquisição ocorre de maneira conjunta (entre as Forças Singulares), uma série de fatores são somados a essa atividade, o que exige um planejamento acurado de forma a utilizar os recursos de maneira mais eficiente e proporcionar os benefícios planejados na fase de concepção do projeto. Nesse contexto, o estudo do Projeto H-XBR apresenta a possibilidade de propiciar uma análise sobre a primeira iniciativa conjunta de aquisição de sistemas complexos de defesa no âmbito das Forças Armadas brasileiras. Desta forma, a presente dissertação tem como objetivo geral analisar o Projeto H-XBR em relação ao seu processo de aquisição e aos efeitos sobre a disponibilidade das aeronaves para emprego na Força Aérea Brasileira. A metodologia adotada envolveu pesquisa documental em bases de dados da FAB e entrevistas estruturadas com especialistas das áreas logística e operacional para se obter uma visão holística do Projeto em questão. Como resultado, foram identificados elementos relacionados à confiabilidade, à mantenabilidade das aeronaves, bem como fatores diretamente ligados ao suporte logístico fornecido a essas aeronaves que influenciaram a disponibilidade dos helicópteros H-225M no período considerado pela pesquisa. Foram apontados, também, questões relacionadas às decisões políticas que influenciaram a fase de concepção do projeto e que resultaram em efeitos negativos na disponibilidade dos helicópteros em análise. Por fim, os resultados da pesquisa apontaram que a disponibilidade de sistemas complexos de defesa, quando tratados sob uma abordagem conjunta, é influenciada por fatores que extrapolam as teorias de engenharia de sistemas defendidas por autores com Blanchard e Blyler. De fato, outros elementos, como aqueles relacionados à política e à expertise das organizações têm efeitos significativos na disponibilidade desses sistemas de defesa.

Esta dissertação propõe um exame acerca de subsídios de orientação ao trabalho de mapeamento de competências com referência à atualização dos Perfis Profissionais-Militares. O objetivo principal foi promover uma análise sobre o saber-fazer de trabalhos dessa natureza na Força Aérea, partindo da identificação de pressupostos teórico-metodológicos que possam orientar adequadamente sua execução. A metodologia da pesquisa é de abordagem qualitativa e utilizou a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo. Nesta última, foram investigadas as percepções dos integrantes do Grupo de Trabalho que realizou o mapeamento de competências para os quadros de Aviadores, Intendentes e Infantes entre os anos de 2016 e 2017. Para tanto, este trabalho aportou-se nas técnicas de Análise de Conteúdo e no tratamento informático dos dados coletados, utilizando-se de software específico. Entre os resultados apresentados, segundo as literaturas expostas, apontou-se as teorias sobre competências comunicadas pela Escola Francesa para o atendimento às demandas atuais da Força Aérea, haja vista sua evolução conceitual e superação das limitações identificadas nas teorias apresentadas pela corrente americana. Da mesma forma, a pesquisa resultou evidências de orientação metodológica, sinalizando para o trabalho de mapeamento a partir da perspectiva de cenários de atuação profissional-militar, bem como, do desenvolvimento de capacidades militares requerida à Força Aérea. Nesse intuito, apontou-se para a importância de um método de trabalho transversal e da composição multidisciplinar da equipe de mapeadores. Outrossim, a investigação elucida que sejam administrados sistematicamente métodos de gerência de projetos na realização de trabalhos dessa natureza, com igualdade, a pesquisa concluiu sobre a necessidade de normatização teórico-metodológica de ordem institucional, com o fito de evitar ingerências em meio ao processo de mapeamento. Em relação ao aspecto organizacional, a conclusão do trabalho sinaliza para o estabelecimento de estreita coerência entre as competências profissionais mapeadas (competências no âmbito individual - que estão em nível tático) e as competências coletivas da própria Força Aérea (competências organizacionais - essenciais ou intermediárias) tendo em vista que essas últimas, por sua importância, constituem o baluarte estratégico da instituição. A importância deste trabalho reside na asseverada compreensão de que o mapeamento das competências e delineamento de Perfis Profissionais-Militares constituem valiosa ferramenta ao pensamento estratégico militar, visto que o contexto da educação profissional-militar reforça e contribui decisivamente nas ações de preparo e emprego do Poder Aeroespacial dentro da expressão do Poder Militar no contexto de Poder Nacional.

A inquietação que redundou na escolha deste recorte temático pode ser explicada pela ausência de uma gestão unificada do fluxo de trafego aéreo na América do Sul. Este trabalho se propõe a refletir em torno do talento para gerir e coordenar o trafego aéreo regional (Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai), visando ao aumento da capacidade de fluxo, economia de meios e regularidade dos voos dessa área das fronteiras dos três países com o Brasil. O estudo está focado na apresentação de uma proposta de procedimento relacionada aos momentos de conflito gerados pela quantidade de aeronaves e disponibilidade de alternativas (pistas de pouso, novo rota, espera, sequenciamento) quando perturbado pelas mudanças climáticas locais ou indisponibilidade de alternativas para os voos. A meta é alcançar uma capacidade para mitigar as diferenças de circulação na fronteira do cone sul, que, na busca da decisão colaborativa, diminuirá o desconforto e os conflitos de alternativas, integrando, agilizando e otimizando as capacidades dessa decisão, implementando maior dinâmica nos voos que circulam a região. No processo de coleta dos dados, mostra-se rotina dessa atividade, cuja principal contribuição será a apresentação dos critérios que facilitarão o gerenciamento integrado da navegação aérea do sul do continente americano, sem olvidar o aumento na performance deste gerenciamento, contribuindo para o fluxo, regularidade e segurança do trafego aéreo. O método utilizado na investigação foi a leitura e a análise de documentos e das publicações da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), da legislação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) comparando teoria e prática por meio de questionários e de entrevistas com os operadores do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) e das discussões sobre os acordos operacionais vigentes na área definida do cone sul da América do Sul, com teor interdisciplinar

O fortalecimento da Aviação Civil e um sistema de transporte aéreo eficiente são essenciais para o Poder Aeroespacial e para o desenvolvimento da economia de um país. Quando ocorrem ineficiências em um sistema de transporte aéreo, tais como reduções e/ou interrupções nos fluxos de tráfego aéreo, devido a causas conhecidas, pode-se atuar de modo a resolvê-las. Entretanto, muitas vezes, as causas que geram essas ineficiências são desconhecidas. Um efeito comum nos estudos de tráfego rodoviário é o jamiton, no qual ocorrem congestionamentos sem uma causa aparente, como interdições de faixas de pistas, acidentes, dentre outras. Esse efeito advém do comportamento dos motoristas em ajustar suas velocidades às situações do momento. Observou-se que ele também ocorre no tráfego aéreo. Nesse sentido, esse estudo buscou compreender as causas que geram o efeito jamiton nos fluxos de tráfego aéreo. Baseou-se em pesquisa desenvolvida nos anos de 2019 e 2020, dos fluxos de aproximação para o aeroporto de Guarulhos, localizado na Terminal São Paulo, a mais movimentada da América Latina. A pesquisa, portanto, caracterizou-se como estudo de caso. Obtiveram-se dados de três fontes: de um simulador denominado TAAM, no qual se simularam fluxos de aproximação para o aeroporto de Guarulhos em um dia de grande demanda, de relatórios de operações diárias do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea, onde estão registrados os atrasos e as medidas de gerenciamento de fluxo adotadas para o aeroporto de Guarulhos e de questionários eletrônicos aplicados a pilotos e a controladores de tráfego aéreo que atuam na Terminal São Paulo, nas aproximações para o aeroporto de Guarulhos. A metodologia utilizada permitiu compreender algumas das causas que geram interrupções de fluxo sem motivo aparente. Destacam-se problemas relacionados a aspectos técnicos, humanos e operacionais. Dentre os problemas relacionados a esses aspectos, evidenciou-se que a ausência de ferramentas de automação e auxílio a decisão e a falta de técnicas de separação e gestão de velocidades gera, em momentos de maior demanda, um comportamento excessivamente restritivo nos controladores de tráfego aéreo, que passam a priorizar segurança à eficiência. Além disso, a falsa percepção tanto de pilotos quanto de controladores de tráfego aéreo de que a manutenção de altas velocidades pelas aeronaves contribuem para a redução de atrasos, pode gerar ainda mais interrupções de fluxo, devido a reduções bruscas próximas ao aeroporto e a geração de ondas de congestionamento ao longo das rotas de chegada em momentos de maior demanda. Propôs-se, ao final dos estudos, um manual com técnicas para sequenciamento de aeronaves e gestão de velocidades, de modo a orientar os controladores de tráfego aéreo a atuar de maneira mais eficiente para se evitar a ocorrência do efeito jamiton.

O serviço de Gerenciamento de Fluxo de tráfego Aéreo (ATFM) se tornou uma expressão tácita do desenvolvimento da aviação mundial, tornando as ações de homogeneização e interoperabilidade entre os países algo mandatório, ao se considerar que diferentemente do solo e da água, o espaço aéreo é um ambiente que se tornou uma porção que envolve não somente a soberania dos países, mas também o desenvolvimento da aviação mundial. Razão pela qual impulsionou a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização Internacional de Aviação Civil (OACI) estimular os países em todo o Globo a trabalharem de maneira integracionista e cooperativa para alcançar esse fim. No Brasil, esta tarefa foi conferida à Aeronáutica. Considerando sua área de mais de 22 milhões de km² e seu desenvolvimento de suas estruturas aeroespaciais, percebe-se um grande potencial nacional de exercermos influência positiva na América do Sul, podendo trazer benefícios à aviação para todo o continente. No presente cenário, o Brasil tem conduzido programas de apoio e integração a vários países vizinhos, uma vez que a estruturação de um Sistema ATFM é dispendioso. Ao se considerar tais ações neste sentido e a dimensão política e territorial do Brasil, esta dissertação tem por objetivo analisar a influência do ATFM Brasileiro sobre a comunidade da aviação na América do Sul (região SAM da OACI) a partir da perspectiva geopolítica do Poder Aeroespacial nacional. Com propósito exploratório-descritivo, o estudo utiliza dados primários e secundários. São verificados gênese, a estrutura e o desenvolvimento aeroespacial Brasileiro até os dias atuais, a relação geopolítica do Brasil para com os países vizinhos de modo geral e a influência das estruturas do Gerenciamento de Tráfego Aéreo Brasileiro sobre a região sul-americana. O Método de Likert é adaptado e utilizado, a fim de serem medidas as percepções dos representantes do DECEA na atual conjuntura política do Comando da Aeronáutica. A pesquisa demonstrou que o Brasil exerce influência positiva sobre a Região SAM, contribuindo para uma ampliação da perspectiva sobre as possibilidades de desenvolvimento da aviação na América do Sul, bem como fomentando a realização de outros trabalhos nas áreas de Defesa, Relações Internacionais e Ciência Política.

O objetivo do presente trabalho consiste em compreender a relação entre o protocolo de preparo aplicado a pilotos, tripulantes e equipes de apoio de unidades aéreas militares da Força Aérea Brasileira equipadas com helicóptero H60L Black Hawk para operações de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas, e os objetivos nacionais de defesa, que fazem dessa atividade de preparo uma questão estratégica nacional. Para tanto, a partir de uma pesquisa qualitativa, são analisados os aspectos que evidenciam o caráter estratégico do preparo composto pelo Exercício Operacional TÁPIO e pela Instrução IPUNAER que são apresentados ao longo da pesquisa. O teor da contribuição do Poder Aeroespacial para as operações de paz é submetido a uma análise em que a aviação de asas-rotativas da FAB protagonizou fatos históricos e se mostra atualmente como elemento essencial capaz de apoiar a consecução dos objetivos propostos das operações de paz por meio da aplicação das características do Poder Aeroespacial. O debate teórico entre o Realismo Hobbesiano e o Liberalismo de Immanuel Kant, bem como a análise da Escola Inglesa das Relações Internacionais fornecem a fundamentação do conceito de cooperação internacional que, juntamente com o arcabouço legal da doutrina militar de defesa confirmam o valor estratégico do preparo de unidades aéreas para operações de paz. Esse cenário estabelece uma condição de prontidão operacional que favorece mutuamente o caráter cooperativo das relações internacionais do país e a exploração do princípio da dissuasão pela capacidade de projeção do Poder Aeroespacial, como uma ação estratégica que contribui para os objetivos nacionais de defesa

O presente trabalho tem como objetivo analisar a efetividade do modelo de transferência de tecnologia adotado no Projeto A-Darter, em relação aos objetivos estabelecidos para o Projeto. A pesquisa foi conduzida utilizando a metodologia de Estudo de Caso e orientada a partir da revisão das definições e conceitos relativos à tríade composta por ciência, tecnologia e inovação, tomando como referência as categorias de dimensões e critérios de eficácia do Modelo de Transferência de Tecnologia Eficácia Contingente de Bozeman (2000) e as lições para o gerenciamento eficiente de TT de Ramanathan (2008). Na etapa de coleta de dados foram conduzidas entrevistas semiestruturadas com oficiais das Forças Aéreas do Brasil e da África do Sul, bem como representantes civis das empresas contratadas para o desenvolvimento do A-Darter que atuaram nas diversas fases do projeto, em nível gerencial no Brasil e na África do Sul. O Projeto A-Darter foi fruto de um acordo celebrado entre o Brasil e a África do Sul visando o desenvolvimento conjunto de um Sistema de Míssil Ar-Ar, para Autodefesa, Infravermelho, de Curto Alcance, de 5.ª geração, denominado A-Darter. O míssil, desenvolvido conforme os requisitos operacionais definidos pela Força Aérea Sul-Africana e pela Força Aérea Brasileira, vai equipar aeronaves de combate, como o futuro Gripen NG do programa FX-2 FAB. O desenvolvimento ficou a cargo da empresa estatal Sul-Africana Denel, com a participação de especialistas do Comando da Aeronáutica e das empresas brasileiras: Avibras, Mectron e a Opto Defesa e Espaço, do grupo Akaer, atuando nos dois países, com a responsabilidade de assimilar toda a tecnologia e reproduzir os principais sistemas do míssil no Brasil. O Projeto A-Darter revelou a capacidade da indústria nacional, especialmente a base industrial de defesa, no desenvolvimento de sistemas bélicos de alta tecnologia. O modelo peculiar de transferência de tecnologia adotado, com desenvolvimento conjunto de um sistema complexo, incorporado com as tecnologias mais modernas disponíveis no mercado, é o primeiro a ser empreendido nesse formato e foi bem sucedido na obtenção dos requisitos propostos para o projeto

A despeito de quaisquer debates acerca da securitização da segurança pública no Brasil, a participação em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é uma realidade para as forças armadas brasileiras. Considerando a GLO como uma modalidade de operação militar em terreno urbano, percebe-se que a aviação desempenha tarefas essenciais no suporte às tropas no terreno, com destaque para a aviação de asas rotativas. Contudo, a inserção dos helicópteros nesse contexto traz consigo a necessidade de atuação em termos de segurança de voo, para que as aeronaves possam cumprir a sua missão e retornar sem acidentes. Para isso, o Gerenciamento do Risco tem papel fundamental, constituindo o cerne da segurança de voo. Na FAB, tal atividade é realizada através do Método SIPAER de Gerenciamento do Risco (MSGR), sendo o objetivo deste trabalho a verificação da adequabilidade desse método à realidade das aeronaves de asas rotativas em contexto de operações de GLO. Devido às características do método, parte-se da hipótese de que o MSGR não é adequado para a operação de helicópteros em apoio a missões de Garantia de Lei e da Ordem, nem em termos de identificação de ameaças, nem na avaliação do risco. Para verificação de admissibilidade da hipótese, adota-se uma metodologia de benchmarking, consistindo em cinco etapas: identificação do processo a ser estudado, seleção dos modelos de referência, medição do próprio desempenho, medição do desempenho dos modelos de referência e comparação. Como resultado da aplicação da metodologia, verifica-se que, em média, 64% das ameaças presentes em uma operação de GLO com o uso de helicópteros não são identificadas pelo MSGR. Além disso, o método fornece para todas as ameaças um grau de risco "inaceitável" (ou "muito alto"), em contraste com a distribuição pelos níveis alto, médio e baixo dos outros métodos (30%, 46% e 24%, respectivamente, na média das porcentagens). Portanto, conclui se que o MSGR não é adequado para a operação de aeronaves de asas rotativas em apoio a missões de Garantia da Lei e da Ordem, nem em termos de identificação de ameaças, nem mesmo na avaliação do risco.

Visando aumentar a capacidade do espaço aéreo nas regiões mais congestionadas, a Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO) desenvolveu o Conceito Operacional do Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM) Global que, entre outras importantes diretrizes, estabeleceu a necessidade de os Estados signatários observarem a aplicação do conceito de Uso Flexível do Espaço Aéreo (FUA) na organização e no gerenciamento do espaço aéreo sob sua jurisdição. Esse modelo de gerenciamento busca, essencialmente, viabilizar a coexistência das importantes atividades da Aviação Civil e Defesa Aeroespacial, responsáveis, respectivamente, pelo desenvolvimento e crescimento do transporte aéreo e pela soberania do espaço aéreo. Este trabalho realizou uma pesquisa exploratória, com análise qualitativa, com o objetivo de verificar os impactos da aplicação do Conceito FUA no espaço aéreo brasileiro, por meio de uma análise conceitual, operacional e social em processos de flexibilização do espaço aéreo. Para isso, duas iniciativas coordenadas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), visando flexibilizar o acesso ao espaço aéreo em regiões de considerável movimento de tráfego aéreo civil com espaço aéreo segregado para o uso exclusivo de aeronaves militares e de ensaio em voo, foram objeto de análise: nas áreas de ensaio do Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo (IPEV) e da Empresa Brasileira de Aeronáutica SA (EMBRAER), sobre o Vale do Paraíba, e nas áreas utilizadas pela Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga/SP. A pesquisa demonstrou que a aplicação do FUA traz benefícios aos usuários civis, na medida em que aumenta a disponibilidade do espaço aéreo, mas requer processos de coordenação mais eficientes e racionais entre os usuários militares e os órgãos de controle de tráfego aéreo e de gerenciamento do espaço aéreo